F
Busquei na fissura da noite amarga um vestígio, um sinal, a lembrança do seu rosto. Senti as migalhas sob meus pés. Ouvi o vento sussurrar seu nome.
Será que já se despediu deste plano? Não sei se está vivo. Te mentalizo feliz. Sinto saudade.
Queria ter trocado o abraço último. Ter justificado minhas escolhas compreensíveis. Elucidado meus enganos e caprichos de juventude.
Eu não me pertencia.
Lamento que o seu orgulho deixou uma porta estreita entre nós.
Caminho de volta para casa...
Não estou habilitada a recolher as fotografias do chão.
Uma cega esperança desorienta meu peito. O pássaro que já não canta só conhece o amor. E o cansaço.
O tempo mutilou nossa história.
Ainda que tão poucas lembranças me restaram sigo incapaz de esquecer que você morou em mim.
Está chovendo agora.
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