Ao Caio



Hoje eu conheci o Caio, menino homem, senhor dos caminhos mais profundos que ninguém, ou quase ninguém ousou penetrar, os caminhos da alma. Agora não me sinto mais só, sei que neste mundo existiu alguém que me entende, me completa, mas não pelo que escreveu e sim pelo mundo que sentia.
As pessoas se identificam, trocam afinidades, experiências e começam a se relacionar e num instante qualquer tudo vira pó.
O sofrimento é uma dádiva inevitável, perfeita, ao mesmo tempo que ensina e engrandece, machuca e destrói, torna-se o caminho da felicidade que eu e o Caio procuramos.
Nós sabemos que dentro de toda feição doce e carente existe um animal selvagem disposto a se libertar a qualquer momento, só que a maioria das pessoas tem um medo inconsciente de olhar dentro de si, assim vivem superficialmente uma vida miserável, pobre e cheia de acontecimentos que não agregam, como por exemplo, ler uma revista de fofocas, um manual de instrução ou ouvir melodias incansavelmente repetitivas, put´s put’s put’s...
Não julgo o direito de cada um escolher viver como quiser, porém compreendo que não tiveram oportunidade de mudar sua visão de mundo.
Certamente eu me perdi no tempo, mas me apaixonei por esta vida, pelo amor, este amor o mesmo que falta no mundo. Quero multiplicar idéias, pensamentos, sentimentos, mesmo que os meus dias sejam curtos a terra vai devorar minha história, como quem ingere um remédio.
O caos é o único método de reconstrução. Quero que você abra a porta da mente e olhe para seu interior, não veja o mundo como assiste à televisão, use os olhos do animal que te habita e liberte-se de você mesmo.

Caio Abreu disse “Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão”. Foi assim que me apaixonei.  Pequeno grande Caio.
- Anie Francis

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