Curvando-se para a eternidade
Aquela melodia que me alivia as dores do dia a dia é a mesma
que me acorda para a vida. Ainda sinto o vento soprar de leve, sou a mesma que chora
e ainda encontra tempo para sorrir, pois felicidade é existir. O sonho é a única
coisa que eu deixei no bolso dessa camisa velha. Gosto de assistir os ponteiros
do relógio, de abrir qualquer janela e fechar os olhos para sentir saudade. O coração
soluça por amor toda vez que a banda toca, toda vez que a memória falha e o olhar se
perde na multidão. Nessa hora o universo fica tão grande que ousa caber na palma da mão. O teatro
da solidão veste-se de tristeza para interpretar o silêncio que preenche os vãos que passam despercebidos.
Somos como uma constelação póstuma regada de estrelas, um emaranhado de sonhos entrelaçados curvando-se para a eternidade que eu desconheço e mesmo assim me deixo envolver minuto a minuto. Inteiramente.
- Anie Francis
"A gente é feito pra caber No mar"
Marcelo Jeneci
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