Minha ruína é minha inspiração


Quanto tempo…
Planos e desenganos sobre a mesa
e ainda nos alimentamos de uma saudade frutífera.
Meus olhos te procuram nos vagões
deixando as lágrimas sobre os trilhos.
Um beijo, dois beijos...
E o tempo que trouxe o amor é o mesmo que assassinou o peito.
Não é de hoje que minhas mãos te procuram nas noites escuras.
É tempo de deixar partir...
É tempo de deixar ser...
É tempo de suspirar, mesmo que no vão de um pensamento.
Minha ruína é minha inspiração,
a mesma que me consome, arrepia, machuca e ainda alivia.
Nosso erro é evitar um erro.
Desperdiçamos afagos,
olhares e entrelinhas.
Caminhamos na contramão, nos trilhos de outro alguém talvez, 
mendigando felicidade nas lixeiras da solidão.
Sobrevivemos. Ou não.

- Anie Francis

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