O que você fez comigo?


Hoje recorto as lembranças dos lençóis. Amei demais e idealizei nossa história. Cuspiria essa saudade se fosse possível. Cansei de mastigar o seu silencio. A saudade nada sutil é o que me distrai.
O problema é a entrelinha que ficou demasiada, gravada no canto da foto que você tirou de mim. A última dose não foi suficiente. O seu retrato na entrada do meu diário não me faz bem, mas eu preciso disso e não consigo mais controlar meus pensamentos.
Uma história comprometida, esquecida entre os vagões do trem não deixa de existir só porque a vida mudou. Nós mudamos. E a verdade amarga continua machucando e arrancando suspiros.
Vem, rouba a minha paz. Estremeça tudo outra vez, ou evapore completamente. Como? Eu não sei. Já não sei o que é real. Não nos falamos, nos exilamos do velho mundo que criamos e mesmo assim no último degrau ficou a lembrança do primeiro beijo.
Cansei de conversar com as recordações... Não quero (re) viver tudo outra vez, mas às vezes eu preciso de você por perto. Respiro seu nome, suas fotografias, as músicas que ouvimos madrugada a fora e não é porque eu quero. Eu acho que me acostumei com você e de alguma forma uma parte de mim ainda esta aí.
Eu poderia fazer mais uma declaração de amor, ou escrever mais um verso para expressar a falta que você me faz, acontece que eu me perdi tentando te esquecer, e não te esqueci. No deserto das minhas palavras não há espaço para saudade. O que eu sinto não cabe mais dentro do peito... Não cabe mais dentro de mim.
 - Anie Francis
“Ela amava mais o sentimento do que o homem”.


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