Vício


Quantos beijos são necessários para me fazer sentir sede?
Quantas noites são necessárias para tornar nossos corpos dependentes?
Quantas músicas contam nossa história?
Quantos filmes narram nosso amor desajeitado?
Procuro em cada curva um sinal, um motivo entre milhões de outros motivos, algo que explique esse vício.
Minha insônia companheira, o café sempre frio acompanhando pensamentos imergindo lembranças selvagens.
Que amor é esse que tira o ar?
Que amor é esse que rouba o chão?
Que amor é esse? Torto, bagunceiro, saboroso...
Se é amor eu não sei, mas é o que faz sucumbir o desejo de pertencer.
É mais do que amar, é mais do que pensar... É fazer parte do outro.
É um sentimento multiplicado, uma versão de “nós” reduzida à eternidade, entre beijos e suspiros.
É simples, conciso, inevitável.
Doentio. Nosso vício.
- Anie Francis

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