Rainer Maria Rilke - Livro “O livro de horas”

Dia plástico

“A hora inclina-se e toca em mim
com claro bater metálico.
Os sentidos me tremem. Sinto: eu posso!
E colho o dia plástico.
Nada estava acabado antes de eu ver:
todo o devir aguardando em quietude.
Maduros meus olhares: a cada um,
como uma noiva, chega a coisa ansiada.
Nada é pequeno para mim: gosto de tudo
e tudo eu pinto sobre ouro com grandeza
e bem alto o levanto – sem saber de quem
vai a alma libertar.”


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