Pedaços de mim através das vozes que desaprenderam a sentir


Quantas vozes já ouvi?
Dizem que preciso encontrar o meu caminho
Onde estou se não em um caminho?
Qual o caminho que preciso encontrar que não é este que sigo desde que me conheço?
Todos os dias apresentam-me aos paradigmas da solidariedade
Não há uma palavra que machuque mais do que a que é imposta
Seja! Faça!
Isso me destrói em cada curva
Mas, no intervalo me recomponho
Junto todos os pedaços
E os costuro no azul celestial das tardes de outono.
O caminho que eu escolhi é este que sigo com o coração. Posso chegar a nenhum lugar, porém, onde eu estou eu já sou, e eu já faço.
Não almejo um papel assinado, nem um carimbo borrado, ou solidez e estabilidade.
Não desperdiço meu tempo contando passos alheios, nem tentando converter meus semelhantes...
Ouse pular na minha frente com ouro e eu pintarei meu corpo de amarelo
E há quem diga que ando perdida, mas há também quem acredite que estou viva.
O que me importa hoje são os sorrisos que não disfarço, os abraços que dou de presente, os olhares que se esbarram e iluminam, os sonhos compartilhados, os amigos que retornam ao peito, as lembranças que brindo, o vento que toca o rosto, o sol que aquece a existência e a certeza de que, se o amanhã chegar, eu já terei acendido as estrelas de alguém...



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