Enquanto a folha está em branco 
Os sonhos perfumam o silêncio da madrugada.
O outono veste-se de expectativas 
E entra sem pedir licença.
A inspiração não volta,
As horas não passam,
Não consigo escutar os pássaros,
Nem o soar dos sinos,
Tão pouco o vento.
O mundo alcança o infinito 
E a folha continua em branco 
Abismo do não-ser
Se ficção cospe palavras 
Quando realidade 
É pó, lágrimas e saudade.

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