A estrada da curva

Escrava de histórias sem fim, caçadora errante 
Um gole de saudade me faz lembrar seus encantos 
O seu nome está marcado com ferrete em brasa
A pele ainda arde quando o perfume guardado na roupa velha alcança meus pulmões
São doces as pegadas que ficaram no piso frio deste coração disperso
Degusto cada dose de nós dois silenciosamente
Para não espantar os pássaros que você deixou no meu céu sem estrelas
Mas seus olhos são labirintos que não ouso desvendar
Atravesso na contramão as lembranças sem refrão
O som do vazio que vingou é sua voz virando a esquina 

Onde quer que tenha fincado seu corpo, pequeno frasco de veneno
Você é parte de mim desde todo o sempre
Nos dias em branco você é branco
Bebo meu desejo de que tudo não seja criação da minha mente vulnerável
As palavras fogem pelos meus dedos como se minhas mãos fossem gaiolas recém abertas
Lembrar nós dois é um farol no horizonte me guiando na tempestade
Tudo é saudade quando as luzes da cidade se apagam e a aurora entra pela minha janela
Que os deuses tenham piedade
Te amei no interstício desta vida e não consegui voltar para casa

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