Alma de poeta

A sexta-feira se deitou em meus ombros
Tudo é sinal
Fantasio caminhos que me levem até você
O vento tentando entrar pela janela
O silêncio quente da madruga
O vermelho amargo das palavras que me rodeiam
Sua face agora bem desenhada aparece refletida nas nuances de cada instante
Meus pensamentos imergem neste céu nu a procura da voz que acendeu sonhos no meu peito
Tudo é um sinal
Estou acordada, despreparada, desarmada
Com tantos corações batendo no mundo
Num tiro cego suas palavras arrebataram o meu
E ainda que nada de excepcional exista
No vão de cada letra uma luz me chamava
O mistério de nós dois
Ainda que seja produto do meu imaginário
É não somente o fogo dos meus dias
Mas de toda poesia que eu respiro a mais inebriante
Uma questão de despertar
Não haveria de escrever nas margens do rio desejos lúcidos
Estou, por isso, a observar
Como se observa um pássaro aprendendo a voar
Cada movimento de suas asas
O sentimento brotar, se enraizar e transbordar
Ainda que tenha eu acordado dentro de outro sonho
Meus versos são universos
Segredados de sinais que não ouso ignorar
E se minha felicidade está mesmo contida neste presente inesperado
A criação será meu lar
Porque esta alma de poeta
Que muita coisa já sentiu
De tudo que fingiu
Nunca tanto amou










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