Desvio, flauta silenciosa


No sertão da minha alma chove muitas dores
Lembram-me cicatrizes que não visto mais
Faltam poucas horas para perdurar a saudade
Espatifada no concreto da vida
Já azedara o nome, as vírgulas e as entranhas
Larguei os remos enquanto beijava sua nuca
Um de nós é mais que dois
O outro é desvio, flauta silenciosa
Há de ser mais do que faísca
O gosto da sua existência é tempero forte
Sem dúvidas, sem despedidas
Parti antes de imergir no universo que cativas
Eu sei, mas permaneço aqui
Isenta de finais místicos
A eternidade dos seus olhos é a verdade num botão
Tudo é barulho
Tudo é paixão

Comentários

Postagens mais visitadas