Mentira


Quanto a saudade que não bebo
Ou as horas que eu arrasto
É sorriso canhoto
Baralho colado na testa
Porta sem fresta
Invento sublime remendo
Acabou a linha
Perderam-se as agulhas nas ausências
Não é a melancolia ou a imensurável habilidade de amar
É cemitério de boas invenções
Vasto e fúnebre raciocinar
O refúgio dos excêntricos
É horizonte e luar
Sou pássaro, poeira e esquecimento
Também sou o que não lembro
E todo vazio enterrado no mar
As pálpebras pesadas cambaleiam
O som das asas dos sonhos se apagam
A aurora caminha até mim
A vida sussurra você
Coração ignora
Mente

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