Pai

Assim, devagarinho, a vida se deita nas horas
Anos se passaram
Mágoas cresceram e floresceram
Lágrimas e sorrisos se misturam a saudade dos braços que guiaram os primeiros passos
Ainda guardo o cheiro da barba feita
As melodias do violão desafinado
A voz que afastava meus fantasmas
Você está na poesia que sustenta meu edifício
Percorrendo as minhas veias, meus pulmões
A saudade é uma árvore crescida esperando o próximo outono
A sua ausência é a fardo mais pesado que aprendi a carregar
Aprendi, mas ouso esquecer na esperança de um dia desenhar um novo começo
Te amar é navegar em tempestades e carregar no peito o cais
A gratidão é meu leme
O passado pode ser apenas um recorte
Mas você é toda a minha vida