Que te seja suficiente um sorriso e não mais os motivos

O homem exige de si e do mundo uma "perfeição" inventada que sufoca, fere e mata. 
Quando é que "vigiaremos" nossos pensamentos, nossas ideologias e as atitudes rotineiras? 
Há uma linha muito delicada que separa o homem dele mesmo, não é um muro de concreto. 
Ignoramos a imperfeição porque não aceitamos que o imperfeito é perfeito. Amarramos nossas vidas em esquinas vazias e penduramos nossos "valores", nossa herança "espiritual" na sala de estar.
Admiro a modernidade, os modernos e a capacidade "inútil" de corromper a individualidade rotulando rótulos. Sinto uma gritante necessidade de fazer da minha esfera um exemplo, mas não somente isto, um desabafo. 
O sangue que corre nas nossas veias é adubo existencial, não é preciso "intelectualizar" e "encantar", pois viver basta e comer não é somente "necessidade básica". Existir é nossa maior batalha, então por que cultivar paradigmas? 
O real "produto" é o "produtor", um intelectual que intelectualiza, mastigador de essências, doutor da infelicidade. 
O que verdadeiramente "ensinamos"? Qual herança deixaremos no mundo?
Somos atores ensinando crianças a atuar, desencantar, desmistificar e a corromper substâncias simples como "acariciar cabelos".
Há tantas teorias, histórias, interpretações de histórias e teorias, que eu me pergunto, "qual a finalidade de aprofundar-me nos "pensamentos" do outro sem antes adentrar os meus pensamentos? 
Qual a finalidade do pensar? 
Qual o limite do pensar e quem o estabelece? 
Se há, de fato, uma profundidade nas coisas, como há nos versos que me escapam por aqui, então eu paro e respiro. 
Ordenar as idéias é colocar rédeas numa natureza singular, logo, por que devo assegurar que você, caro leitor, compreenda esta "fotografia escrita"? 

Quando encostar a boca na xícara de café ainda quente sentirá o ardor, o sabor e com ele o cheiro do grão, desta forma, enquanto empreta-me o seu tempo, seus olhos e seus pensamentos, também sentirá o calor das palavras, a ânsia de viver e a fome de simplicidade que consolam minha noite fria.

[...] Que te seja suficiente um sorriso e não mais os motivos e que o horizonte não te preencha os olhos, mas sim o peito. 

Minha liberdade é um céu sem mar e escrever é ancorar minhas asas no mundo.

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