se são as bocas que guardam
dentro dos olhos o luar rabisca infinitos
é no sorriso frouxo que a inconstância se instala
lamento a juventude encharcada no esquecimento
o tempo barganhado
mas não desgosto das flores murchas
tão pouco dos espinhos arrancados
perto da eternidade dos passos
é aqui, meu coração se ajeita
meu prazer, a voz
o sono, meu encanto
um fim que eu não desvendo
nem pretendo incitar
vigor não é papel cru
espancado por palavras cuidadosamente selecionadas
é escarnio de qualquer juízo
se são as bocas que guardam o sabor dos ventos
não é delito
meu amor, eu lamento
é escarnio de qualquer juízo
se são as bocas que guardam o sabor dos ventos
não é delito
meu amor, eu lamento
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