sob o céu de janeiro 
as mãos procuram a face do amor 
nos lençóis amarrotados das manhãs
no odor das preguiçosas tardes de domingo 
no silêncio que desenha sua ausência 

não são as certezas padroeiras do futuro 
nem a Fortuna mãe de todos os destinos 
são os sonhos progenitores 
são os frutos que colhemos da voz dos bem aventurados 
é a luz dos olhos que acendem a existência e aquecem o espírito 

não cabe ao presente discriminar as dores 
mas nos pertencem as rédeas das paixões 
e o molho de chaves das felicidades 

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