Cerimônia dos ventos

Otimista, imperfeita. Fico e não estou.
Empilhei meus cacos sobre o horizonte. Lavei todos os pecados.
A noite riscou meu nome. Desfaleci.
Precipitei-me e inteira me senti.
Ainda posso avistar o solo das minhas ações.
O medo assombra até os ossos. Inebriada sigo. Fico e não estou. Fico. Não.
Refaço meus versos, refaço minhas escolhas, refaço com sangue meu destino.
Infelicidade é inapropriado.
A fome de viver deve estar em harmonia com a justiça.
Infelicidade é um crime ediondo contra a existência.
Sorrio triste porque encolher minha carne no escuro não é dignidade.
Semeio com amor de filha e de mãe uma alegria qualquer que nos salve de nós. Os frutos que vingarão ainda dependem de mim; e do tempo e da sorte onde não deposito minha fé.
Ensinaram-me que a força do homem está em suas próprias mãos, no suor que deixa escorrer, na esperança e gratidão que permite saltar dos olhos.

Aprontei-me para cerimônia dos ventos:

Enterre seus medos, defeitos e privilégios. Tudo ficará bem, sabemos.
Erguerá paredes sólidas sobre solo sagrado e não temerá diante das adversidades se parar de gastar os pés. Vista os sapatos.

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