Apaixonamento

Meu cais são seus olhos.
O sorriso, meu doce sorriso de menino grande, é a tormenta que faz o bom marujo.
Sou ao seu lado a semente e o pó.
A brisa terna e o horizonte finito.
Sou lua cheia.

Van Gogh pintou o céu mais belo, depois da sua alma transbordada de vigor.
O som da flauta mágica ainda ecoa sobre nós.
Sai faísca. Cresce árvore. Nasce fruto.
Não acabou o fermento.

Aquele grito foi saudade. Aquele sonho foi desejo. Aquela tristeza foi a ânsia de não saber não pensar em nós.

A alegria de sentir o solo dos nossos dias é passageira. Cria barreira. Abre a mata fechada da alma. Vai e volta reinventada.
Quando a ira regressar, quero lembrar que amo tanto e muito mais do que qualquer lágrima é capaz fazer esquecer.

Apaixonar-se é abrandar instintos.
Amar é erguer as colunas do sentido da existência.
Sabemos que a sua voz corrobora com meu coração imaturo. Sabemos que a paisagem que sublinha meu império interior carrega seu nome. Sabemos que o oceano dos seus passos concebeu a pureza dos meus encantos.
Sabemos nós fragmento infinito da evolução a dois.

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