Aqueles olhos

olhos enigmáticos fincados no orgulho
decrépitos
não se atentam ao rasgo largo profundo
a alma reclama inflama e deságua
padece com ratos no escuro

olhos maquiavélicos sofisticados
desapercebidos dos versos rastejam de fora para dentro
acendem o medo que apaga o inverno
devoram-se do reflexo ao cume do infortúnio
uma tentativa úmida de reaver seus pecados

elegantes olhos abissais
até mesmo estacionados aos pés da inteligência suprema
disfarçam a indisfarçável imoralidade
com uma lágrima vencida

aquele par de olhos bestiais
nunca vi iguais
tão majestosos
tão cegos

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