Era meu
era meu aquele céu
o desaforado desejo desiludido
as lâminas afiadas na garganta do destino
sob o domínio do tempo amarrotado
aqueles olhos catárticos de menino
inebriavam desde o princípio
ainda não eram meus aqueles versos
já eram meus aqueles vícios
pobres os corações desajustados
bordados na ponta do abismo
a metamorfose de uma ausência
acenava com largo sorriso nos lábios
fingíamos, entrelaçávamos-nos
críamos no presente como em nossos retratos
felizes os imortais cujas lembranças reinventam astros
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