"Ok"

Quero que esse seja o último registro sobre você. Hoje você me escreveu mais do que um "ok". Enquanto eu tentei puxar qualquer migalha de companheirismo em nome dos nossos anos juntos novamente você falou de você e do que VOCÊ sente. 
"Isso não é uma conversa" enfatizando a postura que eu sempre entitulei monólogo imposto. 
Já tem alguns meses que não coloco os pés na minha própria casa. Casa que deixei com dor, tristeza e feridas talvez incuráveis. 
Você não perguntou como eu estava nenhuma vez. Ainda que antes de sair de casa sua boca disse "eu te amo", já não sei mais o significado dessas palavras.

Tantas afirmações e promessas de amor foram rasgadas com o seu silêncio. Sua postura apenas temperou minha certeza de que você não ama ninguém.
Onde tem amor não tem violência, não tem desprezo, não tem intolerância, não tem vazio, não tem ausência. 

Você não vê a dor que causou, as feridas que provocou. Você devastou uma pessoa que só queria te amar, apunhalou, cospiu. 

Eu me lembro de você dizer "eu te amo" com lágrimas nos olhos. Por que você trata com desprezo e violência as pessoas que você ama? 
Suas ações se contradizem com suas palavras. Não percebe mesmo?

Queria tirar do meu peito essa dor de saber que nunca houve amor. Essa sensação de se sentir enganada, encurralada e morta. Nos últimos anos eu morri tantas vezes que perdi as contas. E preciso continuar vivendo. E vou. 
Alguém me disse que as pessoas não estão dentro de nós para mensurar nosso sofrimento. Então não me diga que eu nunca vou sentir isso ou aquilo. Você não sabe como eu me sinto. Nunca perguntou e ainda que perguntasse eu nunca saberia explicar como me senti destruída por você. 

Eu te desejei sempre o bem.
Hoje eu não tenho forças para te desejar nada.

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